Planejador, preservacionista e pensador moderno, Lúcio Costa (27 de fevereiro de 1902 - 13 de junho de 1998) é o responsável pelo plano de Brasília, de 1957, que fez da capital nacional um monumento do modernismo. De personalidade firme e muitas vezes controversa, as contribuições de Costa para a arquitetura brasileira ajudaram a definir o modernismo nacional que continua até hoje a influenciar a arquitetura contemporânea produzida no Brasil.
Educado fora do país, Costa se formou na Escola Nacional de Belas Artes com 22 anos, retornando à instituição apenas seis meses mais tarde para assumir o cargo de diretor. Embora não tenha sido popular (sendo forçado a sair por vontade dos estudantes e do corpo docente), sua visão de modernismo o foi, rendendo-lhe comissões importantes, como o Ministério da Educação e Saúde do Rio de Janeiro, e impulsionando Oscar Niemeyer da posição de estagiário ao arquiteto por trás dos edifícios do Plano Piloto de Brasília.
Com Niemeyer responsável pelo projeto dos edifícios governamentais, Costa pôde se concentrar apenas no planejamento urbano da cidade. Embora os edifícios de Oscar tenham se tornado a imagem de Brasília, foi Lúcio costa que deu à cidade sua alma moderna, concebendo as áreas residenciais em superquadras ricas em vegetação, equipadas com equipamentos de esporte e lazer e acompanhadas de pequenas áreas de comércio vicinal. Costa projetou a cidade modernista por excelência, uma cidade que ecoou em gerações de arquitetos e planejadores urbanos, e embora tenha enfrentado grandes críticas, Costa nunca deixou de defender o projeto de Brasília
Lúcio Costa entrou para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1937 e posteriormente dirigiu a organização até se aposentar. Em seus anos no IPHAN, Costa conduziu um detalhado processo de documentação do patrimônio arquitetônico brasileiro, usando sua influência para decidir as obras que o instituto preservaria e aquelas que seriam removidas.